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Setor de rochas ornamentais será priorizado em projeto de eficiência energética no ES
26 de Fevereiro de 2016 . 15h27
Setor de rochas ornamentais será priorizado em projeto de eficiência energética no ES
O presidente do Sindirochas, Tales Machado, participou na manhã desta quinta-feira, 25, da assinatura do convênio firmado entre o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo – Bandes e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID que tem por objetivo a estrutura estratégia de financiamento para apoiar projetos de eficiência energética do setor privado e que terá o setor de rochas ornamentais como segmento econômico prioritário.

Reduzir as demandas de energia, diversificar as fontes de produção e aumentar a sua eficiência são desafios comuns a todos os setores, atualmente. “Estamos estudando o projeto e a conversa evoluiu bastante. Temos a proposta de criar um projeto piloto para verificarmos os resultados. A eficiência energética é um dos temas mais falados hoje no país. O Sindirochas trabalha em prol de todo o tipo de economia e otimização para o processo produtivo, aumentando nossa competitividade. Com isso, podemos criar uma sistemática dentro do nosso arranjo que tenha condições de competir com todos os mercados em termos de custo de produção”, explica.

O projeto surgiu através de uma proposta do BID para o Bandes no início do ano passado. O objetivo era desenvolver no Espírito Santo uma estratégia de financiamento de projetos de eficiência energética voltada para o setor privado. Segundo Luciano Schweizer, representante do BID, nos próximos cinco anos, a instituição vai priorizar dentre sua carteira de financiamentos temas relacionados a economia de mudança do clima e economia verde. Além do Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul também serão beneficiados com este programa de eficiência energética. “Aqui no Espírito Santo, o setor de rochas ornamentais foi escolhido a partir de um diagnóstico dos segmentos mais intensivos em energia e mais representativos para a economia do estado. Nesta combinação, o setor de rochas, junto com o setor de alimentos, foi escolhido para ser priorizado para servir como base de estudo para esta cooperação técnica. O que não quer dizer que no final o conhecimento aqui não possa ser estendido para outros setores”, conclui.

Segundo o gerente de planejamento do Bandes, Ricardo Santos, esta é estratégia inovadora que tem como um dos componentes o seguro de performance para os projetos de eficiência e os próprios equipamentos. “Esse seguro de performance é importante, pois visa dar segurança ao empresário sobretudo no que diz respeito à qualidade do seu projeto e de seus equipamentos; para que eles efetivamente permitam promover a redução do consumo de energia esperado”, detalha. A aproximação com o setor ornamental capixaba surgiu há algum tempo. “Já tínhamos uma conversa com esse segmento no sentindo de se estudar um programa que estava centrado na substituição de fontes renováveis, principalmente energia fotovoltaica, além de linhas específicas de financiamento”. Segundo Santos, atualmente a linha de crédito admite R$ 1 milhão por empresa, mas esse valor pode ser flexibilizado para mais em função da complexidade do assunto.

Por trás desse convênio existe um conjunto de entidades que já estão trabalhando de forma articulada: Aspe (Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo), Findes, Senai, Sebrae, UFES, IFES e Crea. Todas elas estão atuando em torno de um programa que vai desde a formação de mão-de-obra especializada para elaborar e implantar projetos de energias renováveis, como desenvolvimento de consultoria tecnológica e financiamento.

O projeto ainda está em fase de formatação. A partir de março, será iniciada a construção de um diagnóstico dos desafios de eficiência energética nos setores de rochas ornamentais e produção de alimentos com foco em laticínios, frigoríficos e processamento de café. “Esse levantamento deve durar até junho. Vamos fazer um grande estudo de mercado para que a gente possa refinar os mecanismos de compõem o programa. Principalmente o mecanismo de contrato de performance, que seria assinado entre um industrial e o fornecedor da tecnologia do serviço de eficiência, o mecanismo de verificação, que é quando um terceiro independente verifica e valida que o projeto de eficiência energética é factível e vai entregar os benefícios prometidos e o terceiro ponto que é o seguro. Precisamos desses elementos do diagnóstico local para refinarmos esses mecanismos e fazermos algo bem customizado para o Estado”, explica o consultor do BID, Gustavo Pimentel.